Bilhões e bilhões de dólares circularam (é possível que ainda
circulem, porque é infinita a desfaçatez, a temeridade e o
desvanecimento do sistema financeiro mundial) em contas secretas do HSBC
(106 mil clientes em 203 países), particularmente em uma das suas
agências na Suíça. Se os correntistas desonestos (sonegadores, evasores,
corruptores, corruptos etc.) fossem tratados pelas autoridades fiscais
como os trombadinhas o são pelos policiais, certamente todos estariam
destruídos. Um funcionário do banco (Falciani) destapou a monstruosidade
da SwissLeaks, revelando os nomes dos clientes (que estariam
agora prestando contas aos fiscos dos seus respectivos países; Espanha
já recuperou 260 milhões de euros). Um Consórcio de Jornalistas (ICIJ)
está divulgando o escândalo no mundo todo. O HSBC é acusado de ter
ajudado 8,7 mil clientes brasileiros a depositar cerca de U$ 7 bilhões
em seu banco na Suíça, sem que a origem do dinheiro fosse declarada (ver
Jamil Chade, Estadão). Parte do dinheiro lavado é fruto da
corrupção na Petrobras, como é o caso da conta do ex-diretor da empresa
petrolífera, Pedro Barusco.
“O que se rouba, aqui se lava” (HSBC, Citibank, Bank of America, UBS…)
Dentre tantos outros, eis alguns dos clientes do HSBC, listados no SwissLeaks:
Selim Alguadis (empresário turco), Timchenko (bilionário associado a
Vladimir Putin), Rachid Mohamed Rachid (ex-ministro de Comércio do
Egito), Frantz Merceron (responsável por conduzir dinheiro do
ex-presidente do Haiti Jean Claude “Baby Doc” Duvlaier, acusado de
roubar US$ 900 milhões antes de fugir de seu país), Aziza Kulsum
(apontado pela ONU como financiador da guerra civil no Burundi, na
década de 90), Fana Hlongwane (político e empresário da África do Sul), o
rei de Marrocos, Mohammed VI, o rei da Jordânia, Abdullah II, o
designer de moda Valentino, a modelo Elle McPherson, o ator Christian
Slater, o banqueiro Edouard Stern, o motociclista Valentino Rossi,
Alejandro Andrade, ex-segurança do falecido presidente venezuelano Hugo
Chávez e depois alto funcionário de seu governo, o também falecido
banqueiro espanhol Emilio Botín (Santander), jogadores de futebol como o
uruguaio Diego Forlán, Álvaro Noboa (que foi candidato à presidência do
Equador), Fernando Alonso (piloto), Schumacher (piloto), John Maldovich
(ator americano), Gad Elmaleh (humorista francês), Jacques Dessange
(empresário francês de salões de beleza), Rami Majluf (primo do
presidente sírio), Edmond Safra (banqueiro brasileiro), David Bowie,
Tina Turner, Sanjay Sethi, condenado em 2013 por despistar autoridades
do fisco dos EUA, Marat Safin etc.
Na França, o gerente do HSBC
Nessim el-Maleh permitiu o depósito na conta de clientes respeitáveis de
dinheiro vindo em sacos plásticos, obtidos com a venda de maconha nos
subúrbios de Paris. Uma conta na Suíça foi usada para reembolsar
traficantes de drogas. Na Bélgica, o juiz, que indiciou em novembro o
HSBC Private por fraude fiscal e lavagem de dinheiro, disse que chegou o
momento de o banco “colaborar”, e que estuda “emitir ordens de captura
internacional” contra seus dirigentes. Nos EUA o HSBC foi condenado por
lavar dinheiro do narcotráfico mexicano.
Também os “petroleiros”
mantiveram contas na filial suíça do banco britânico HSBC, nos anos de
2006 e/ou 2007 (ver Fernando Rodrigues, Folha). A lista que segue movimentou US$ 110,5 milhões.
Outros
brasileiros fizeram circular na citada agência mais de US$ 7 bilhões
(nos anos de 2006/2007) em 5.549 contas secretas do HSBC (private bank).
Seus nomes? Por ora, guardados a sete chaves. Dizem que o fisco está
atrás dos larápios. A checagem dos mais de 5 mil nomes ainda não
terminou. Considerando toda a América Latina, os depósitos passam de US$
31 bilhões. Alguns delatores do caso da Petrobrás indicaram que abriram
19 contas em nove bancos suíços para receber a propina. O escândalo
HSBC nada mais revela que o crime organizado mundial formado por grandes
lideranças dos mundos empresarial, político e financeiro (a troyka
maligna da era da globalização).
Leia o artigo completo com mais informações: Leia o artigo completo com mais informações aqui
Nenhum comentário:
Postar um comentário