A Associação dos Magistrados Piauienses se
posicionou contrária à Proposta de Emenda à Constituição que submete ao
Congresso as decisões do Judiciário sobre a constitucionalidade de leis, a PEC
33. De acordo com o presidente da Amapi, José Airton Medeiros, “a PEC é uma
agressão ao Poder Judiciário e possui inconstitucionalidade flagrante e
inquestionável”. Aprovada na semana passada pela Comissão de Justiça e
Cidadania da Câmara a partir de uma proposta do deputado Nazareno Fontelles
(PT-PI), a PEC, se convertida em Emenda Constitucional, retirará virtualmente
do STF o poder de dar a última palavra sobre a Constituição, submetendo
decisões que apontem a inconstitucionalidade de leis inclusive ao crivo popular
em caso de o Legislativo resolver divergir da Corte.
“Os magistrados piauienses veem a PEC 33 com
a preocupação de quem tem o dever de zelar pela independência e harmonia entre
os três Poderes de República. Somos, portanto, clara e radicalmente contra a
citada emenda à Constituição Federal”. Ainda de acordo com o presidente da
Amapi, a proposta fere cláusulas pétreas da Constituição Federal, como a
separação e a independência entre os poderes". Em dez linhas, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), respondeu o pedido de informações feito pelo ministro Antonio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a Proposta de Emenda à Constituição 33 (PEC 33), que submete decisões da Corte ao Congresso Nacional. No documento, o presidente da Casa se limitou a relatar o trâmite da proposta.Tramita nesta Casa, conforme já mencionado, a Proposta de Emenda à Constituição 33, de 2011, apresentada em 25 de maio de 2011. Em 7 de junho do mesmo ano, a Mesa Diretora encaminhou a proposição à Comissão de Constituição e Justiça para exame de admissibilidade, nos termos do Artigo 22 do Estatuto Interno. Em 24 de abril de 2013, a comissão aprovou parecer pela admissibilidade [em votação simbólica], com votos em separado dos deputados Paes Landim (PMDB-PI) e Vieira da Cunha (PDT-RS). Essas são as informações que tinha a prestar à Vossa Excelência”, diz o texto encaminhado ao STF.
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