De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a
desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se
os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a
rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”
(RUI BARBOSA)
Entramos
na faculdade com o medo em nossos olhos. Muitas vezes se observa que
para muitos jovens é a primeira vez que saem efetivamente de casa, vez
esta que ficara uma boa parte de sua vida convivendo com pessoas
totalmente estranhas à sua normalidade.
A escolha do curso por si
só já reflete a indecisão que muitos calouros ficam durante o período
de escolha. Chegam à universidade totalmente crus, buscando uma
orientação, e desde o início encontram tal acolhimento na figura do
professor.
Figura esta tão importante aos dias atuais que
despercebida torna-se sua titulação frente às novas mentes a serem
descobertas e trabalhadas em torno de cada curso.
Como acadêmico
do curso de Direito devo salientar que tal curso é avesso aos demais,
não sendo preponderante ou orgulhoso, mas trata-se de um dos cursos mais
reconhecidos e valorizados do Brasil, que possui uma alta taxa de
desistência e não é à toa.
Advogar é uma arte, e desde o início,
os estudantes de direito tem a tendência de travar debates acalorados
sobre os mais diversos assuntos presentes em nossa sociedade. Não mister
é observar que tal competição costuma afastar muito dos próprios
acadêmicos dentro do ambiente familiar da sala de aula, pois as
divergências nem sempre são entendidas apenas no mundo do direito,
externando-se para o mundo exterior a ele.
Tais conflitos se
resumem pela preponderância e pelas características individuais
relatadas e vividas no aprendizado de cada um, pois a miscigenação
decorrente dos mais variados tipos de culturas dentro da universidade é
um dos fatores determinantes a qualidade de ensino.
Qualidade
esta reconhecida em nossa instituição que devido a um trabalho de
coordenação fabuloso exercido pelo atual coordenador do curso de Direito
Jose Wamberto Zanquim Junior, fez com que o curso pela primeira vez na
história ultrapassasse o número de matrículas de Administração. Tal
procura pelo Direito não reflete apenas os novos anseios da sociedade,
mas sim um trabalho magnífico de coordenação e valoração dos
profissionais formadores, bem como um endomarketing partindo dos
próprios bacharéis e ex-alunos da instituição.
Sob o manto da
desconfiança na instituição houve muitas desistências ao longo do curso
em decorrência de fatores como boatos e notícias falsas relativas à
antiga administração e coordenação da Unicastelo, que foram vencidas aos
poucos. E como todos bem sabem, confiança demora anos para ser
conquistada e segundos para ser perdida. E quando perdida demora anos
para ser recuperada novamente, momento este na qual a universidade
encontra-se atualmente.
A confiança em uma instituição está muito
além do corpo discente e docente de uma faculdade ou universidade. É
preciso haver uma sinergia, uma integração total entre todos os membros e
colaboradores da instituição de tal forma a buscar o processo de
melhoria contínua baseada em resultados.
Resultados estes que
foram alcançados com louvor durante a atual coordenação, já que o número
de alunos formados nos últimos anos e que conseguiram atingir o
objetivo primordial do curso de direito, que se traduz na obtenção da
carteira da OAB foi extremamente alto.
Temos em nosso corpo
discente os mais variados tipos de alunos, nas mais diversas profissões e
condições financeiras. Temos também grandes diferenças entre eles nos
quesitos dedicação ao curso, que não se traduzem por falhas do corpo
docente de motivação aos alunos, mas sim as características pessoais de
objetivos e focos, intrínsecas e inerentes a cada pessoa.
Como
salientado acima, o número de aprovações tem sido cada vez maior e isso
se deve a um grande trabalho de cooperação e sinergia de todos os
colaboradores internos e externos da instituição. Para este sucesso, é
imprescindível o trabalho muitas vezes não valorizado de pessoas como,
por exemplo, o porteiro, a faxineira, a bibliotecária, a atendente da
secretaria, etc.
Pessoas estas consideradas invisíveis pela
grande maioria dos alunos, que muitas vezes não sabem se quer o nome
daqueles que nos recebem com um sorriso todos os dias ao adentrar a
faculdade. Tais profissões são imprescindíveis para o sucesso acadêmico
de toda a instituição, pois prestam relevante contribuição para a
formação de todos, com suas pequenas ações que costumam não serem
notadas no dia a dia.
Além disto, o clima organizacional torna-se
um fator preponderante ao sucesso. Observamos principalmente em
Universidades Federais e Estaduais que o corpo docente costuma ser
altamente competitivo e graduado em títulos, convivendo em um ambiente
acirrado, na qual a vaidade costuma sopesar as condições de ensino.
Tais
resultados demonstram, por exemplo, que o curso de Direito cursado em
universidades particulares tem obtido maior aprovação na OAB, em relação
aos cursos oriundos de universidades públicas.
Não desmerecendo
os professores que possuem altos títulos, cargos ou graduações, mas na
formação acadêmica, a titularidade não basta. Ao se lidar com um corpo
discente totalmente heterogêneo, provindo e oriundo das mais diversas
classes sociais e obtendo os mais diversos tipos de pensamentos e
objetivos, torna-se imprescindível a humanização das relações de ensino
para com o aluno.
Observamos o comprometimento de determinados
alunos com a instituição, quando mesmo podendo se utilizar de atestados
médicos para realizar as provas em data posterior, veem a universidade
realizar tais provas, sendo algumas vezes auxiliados por outros alunos
devido as suas transitórias incapacidades físicas para realizar tais
atividades, mas auxiliados de forma ética, de modo a não interferir no
resultado intelectual que deve ser avaliado pelo docente.
Na
Unicastelo, objeto deste artigo de estudo, evidencia-se que após um
árduo trabalho da coordenação se chegou a tal clima organizacional de
humanização entre o corpo discente e docente, havendo cooperação entre
todos com foco em resultados.
Observa-se, por exemplo, em nosso
corpo discente que temos alunos que ao prestarem provas concorridas de
estágio, como, por exemplo, da Defensoria Pública e do Ministério
Público, obtiveram lugares de destaque, se sobressaindo aos demais
acadêmicos das faculdades e universidades da região no que tange ao
curso de Direito.
Logicamente, tais resultados não se deram
apenas pela organização e estrutura oferecida pela universidade, mas
pela alta colaboração do corpo docente e principalmente e não menos
salutar pelo esforço individual de cada um. Esforço pessoal que deve ser
reconhecido, pois todos têm seus problemas individuais, profissionais e
familiares fora da instituição.
Tais esforços não se resumem ao
corpo discente, ou seja, os alunos. Estendem-se também aos nobres
mestres e doutores de nossa instituição, que assim como nós também tem
seus problemas pessoais e profissionais fora da instituição, mas
envoltos sob o manto de oferecer a melhor qualidade de ensino, não
deixam transparecer tais agonias aos alunos.
Poderia fazer a
afirmação unânime de que todos os nossos mestres e doutores lecionam por
amor. O amor de transmitir a sabedoria do Direito a cada aluno. E
muitas vezes não sabemos reconhecer isto, devido ao nosso egocentrismo,
de pensar que o mundo gira em torno de nós.
É mais fácil
criticar, do que propor condições de melhorias. Mais fácil colocar a
culpa pelos fracassos pessoais obtidos no outro, do que ter a hombridade
de reconhecer os próprios erros. Essa característica é inerente ao ser
humano e está intimamente ligada ao caráter de cada um.
Torna-se
clara esta percepção ao avaliar que diferentemente das universidades
públicas, o docente de universidades particulares geralmente não tem a
chamada dedicação exclusiva ao ensino e pesquisa. Tal dedicação não é
possível, pois nossos nobres mestres e doutores diferentemente das
universidades públicas não recebem proventos adequados para se dedicar
apenas a lecionar, tendo que ter no exercício da advocacia e de outras
profissões a busca de seu sustento.
Isto se traduz na prática ao
observar nossos nobres mestres e doutores que tem por unanimidade a
adoção de uma segunda profissão. Tal verificação se torna ainda mais
gritante quando comparado a destinação e valoração dos proventos
oferecidos pelas universidades particulares no Brasil, frente aos
proventos oferecidos em outros países que priorizam a educação, motivo
este pelo qual, cada vez mais torna-se frequente a migração de
profissionais gabaritados para outros países e para fora do Ensino
Público e Privado no Brasil.
Obviamente o corpo discente é o
maior capital de uma universidade, pois sem eles, simplesmente não
existiria universidade, mas é de grande importância o nível dos
professores que lecionam em tal instituição, sendo critério de avaliação
do curso inclusive pelo MEC.
Mas há algo que o MEC, mesmo com
suas frequentes visitas não é capaz de ver, que é o clima
organizacional. O clima de amizade que se obteve entre os discentes e
docentes ultrapassa as barreiras da universidade. Observa-se que o
acesso aos professores e ao coordenador na atual gestão se tornou mais
amplo, de forma a se evidenciar uma integração que visa dirimir
conflitos internos, seja com uma explicação ou um simples conselho de
como proceder em determinada demanda.
Não só de títulos vive uma
universidade, pois se o fosse, os alunos de instituições públicas seriam
os maiores exemplos da sociedade e sempre seriam os primeiros colocados
em todos os concursos, situação esta que não se concretiza na
realidade.
No Direito é preciso mais do que isso, é preciso
integração, sinergia entre todos. Não basta formar os melhores
profissionais com conteúdo acadêmico da teoria, se quando expostos a
prática, tais alunos ficam perdidos. É preciso a sinergia entre a
prática e a teoria, de modo que o aluno saia da universidade sem medos,
preparado para o mercado de trabalho de forma a alcançar seus objetivos
pessoais e profissionais. Além disto, é preciso lembrar que são seres
humanos, e a própria sociedade que por muitas vezes foca em deixar um
planeta melhor para nossos filhos, esquece-se de deixar filhos melhores
para o planeta.
Muitos podem entender este texto como sendo um
texto de alguém avesso às mudanças. E até assim poderia se considerar,
pois quando se observa que há um trabalho de excelência sendo
desenvolvido de forma a alcançar resultados, torna-se de primordial
importância a manutenção de tal trabalho, devendo figurar como objetivo e
desafio da futura gestão aperfeiçoar ainda mais este processo visando
alcançar os resultados de forma mais acelerada e satisfatória para o bem
da instituição como um todo.
Como dito acima, muitas vezes
criticamos e esquecemo-nos de parabenizar o trabalho feito dia a dia.
Tais trabalhos demoram e não surgem do dia para a noite. Observemos por
exemplo o atual núcleo jurídico da faculdade, que possui ampla
divulgação frente à sociedade e também goza de ampla aceitação frente
aos alunos. Tal instituto é um diferencial permanente da instituição,
quando ao comparar com outras faculdades e universidades observa-se que
muitos acadêmicos do Direito concluem o curso e tem grande dificuldade
de passar no exame da OAB devido à dificuldade de elaborar uma peça
processual adequada.
Para se chegar a melhor proposta de trabalho
a ser oferecida no núcleo, não foi do dia para a noite. Foi preciso um
trabalho técnico de se evidenciar qual a melhor proposta e didática para
o aluno assimilar a prática forense. A própria criação do núcleo já se
transformou numa barreira, pois uma ideia para se tornar prática e ser
aceita pela administração da instituição é um processo burocrático e
lento, composto de muitas fases.
Mas a excelência tornou-se
prática e hoje observamos cada vez mais alunos frequentando o núcleo
jurídico. Muitos deles frequentam devido ao estágio obrigatório, mas
temos exemplos de alunos que frequentam simplesmente para buscar o
conhecimento técnico forense que é transmitido durante o período que
permanecem no núcleo jurídico.
Ao longo destes anos, outras
melhorias foram observadas, como por exemplo, a integração com os demais
cursos da instituição durante os jogos acadêmicos que possibilita
também um avanço frente à sociedade, pois traz para a universidade uma
maior integração.
O trote solidário é outra das conquistas
acadêmicas, pois os novos e os atuais alunos têm aderido à proposta
acolhedora do trote solidário que beneficia sempre uma instituição de
caridade da região com mantimentos e produtos indispensáveis.
A
realização das visitas técnicas pelos alunos é outra melhoria observada
na atual coordenação, pois é cada vez mais frequente tais visitas e
possibilitam ao aluno uma integração da teoria à prática, bem como a
confraternização com os demais períodos de direito.
O primeiro
júri simulado, que foi um sucesso tanto para a integração dos alunos de
todos os períodos, quanto para a sociedade, que contou com o apoio do
Juiz Presidente da Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Descalvado,
Dr. Rafael Pinheiro Guarisco, da ilustre representante do Ministério
Público Dra. Mariana Fittipaldi e de professores convidados que ajudaram
a abrilhantar ainda mais o evento.
Além disto, outros eventos
como a Semana Jurídica e palestras aleatórias tem melhorado a cada ano,
sendo trazido ao contato direto dos alunos de Direito, profissionais de
renome e temas polêmicos da atualidade, reforçando o aprendizado
jurídico.
Tais melhorias representam significativo avanço no
ensino da universidade. Evidentemente, ainda há muita coisa pra
melhorar, já relatada aos próprios alunos pelo coordenador, como mais
modalidades nos jogos acadêmicos, propostas de melhoria na grade
curricular do curso, propostas de maior integração do conteúdo
acadêmico, aquisição de novos livros pela biblioteca, etc.
Ao
longo desse tempo, seria despretensioso falar que só houve coisas boas.
Infelizmente alguns professores de renome e gabarito, de didática
exemplar e de notório saber jurídico acabaram se desvinculando da
instituição, mas nem por isso deixaram de oferecer e contribuir com o
conteúdo acadêmico dos alunos, tornando-se assim como os demais mestres
que aqui lecionam verdadeiros exemplos a serem seguidos.
Por
todas estas características, pode-se dizer que ao longo deste tempo fora
construída gradativamente a denominada Família Unicastelo, que se
constitui em um vínculo de harmonia entre discentes, docentes e demais
colaboradores da instituição, prezando valores como respeito, ética,
disciplina e humanização das relações interpessoais.
Concluindo,
reforço meus protestos de elevada estima e consideração a atual gestão e
coordenação do curso, que ao longo deste período esteve à frente de
tais avanços significativos corroborando para meu aprendizado pessoal e
dos demais colegas de curso. Aproveito a oportunidade para renovar meus
protestos de apreço e respeito diante da nova coordenação do curso
desejando-lhe prosperidade.
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