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sexta-feira, 15 de maio de 2015

CORRUPÇÃO, CRIME HEDIONDO: ESSA "IDEIA" EU APROVO, E VOCÊ....?

Dentre todos os Projetos de Lei que já tramitaram ou tramitam no Congresso, nenhum seria mais conveniente do que transformar a Corrupção em crime hediondo. Já existem alguns Projetos assim, parados ou em desenvolvimento dentro daquelas casas, todavia, o difícil é passar pelo crivo da maioria e tornar-se leis de verdade, pois, como poderão legislar contra si mesmos?

No entanto, há o Projeto de Lei do ex-Senador Pedro Taques (PDT-MT) de número 5900/2013 que segue a todo “vapor”, tendo grandes chances, nesse momento de “vergonha nacional”, tornar-se lei. É agora ou nunca! Sua ultima movimentação foi em 24/03/2015:

PLENÁRIO ( PLEN )

§ Apresentação do Requerimento n. 1114/2015, pelo Deputado Fabio Garcia (PSB-MT), que: "Requer a inclusão na Ordem do Dia do Projeto de Lei nº 5900 de 2013, que"Altera o art. da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990 (Lei dos Crimes Hediondos), para prever os delitos de peculato, concussão, excesso de exação, corrupção passiva e corrupção ativa, além de homicídio simples e suas formas qualificadas, como crimes hediondos; e altera os arts. 312, 316, 317 e 333 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para aumentar a pena dos delitos neles previstos."

Já o PL 2489/2011, oriundo da Câmara dos Deputados, foi apenso a outro do ano de 2012, também da Cãmara que prevê exatamente o mesmo:
PL 3.238/2012 Autor: Fernando Francischini
Data da Apresentação: 15/02/2012
Ementa: Altera a Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990 - Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. , inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providências - para incluir o crime de corrupção no rol de crimes hediondos. Forma de Apreciação: Proposição Sujeita à Apreciação do Plenário Texto Despacho: Apense-se à(ao) PL-2489/2011. Proposição Sujeita à Apreciação do Plenário Regime de Tramitação:
Prioridade; em 06/03/2012, no entanto, desta data em diante não consta andamento, apesar da “prioridade”.
Além dos citados Projetos de Lei que tramitam pelas casas do Congresso, há outros (até do ano de 2003), todavia nenhum logrou êxito até hoje. Acredito que essa é apenas mais uma forma de enganar o povo – é tudo para “inglês ver”! Dificilmente projetos assim vingariam – é como pedir para alguém saltar de um alto edifício, quando a pessoa não tem a menor intenção.

O que trava o desenvolvimento de um país é o nível de corrupção a que ele está exposto

Corrupção é um dos piores crimes que existe e está disseminado, não apenas no setor público, mas também no privado. Um representante do povo que se apodera de recursos públicos que seriam destinados à saúde, por exemplo, é digno de prisão perpétua, e não de uma simples reprimenda como querem muitos.

Enquanto pessoas morrem nos corredores dos hospitais brasileiros, sem ter a chance, sequer, de um tratamento digno, pois o hospital não dispõe nem de recursos humanos, muito menos de leitos e aparelhos modernos, esses “delinquentes”, representantes do povo, desfrutam de regalias com o dinheiro público.

Um dos casos mais emblemáticos de corrupção que esse país já teve foi o de Jeorgina de Freitas, ex-procuradora do INSS, que liderou uma quadrilha composta por funcionários públicos, juízes, advogados e procuradores nos anos de 1988 a 1991, desviando do Instituto cerca de R$ 1,2 bilhão de reais. Muitos não se lembram!

O esquema era o seguinte: desviavam valores do INSS por meio de ações judiciais fraudulentas. Os mecanismos mais comuns utilizados pela quadrilha envolviam falsos pedidos de aposentadoria por invalidez e cálculos superestimados de indenizações. Os corruptos se utilizavam até mesmo do nome de pessoas mortas para forjar processos de indenização e embolsar dinheiro público.

Jorgina de Freitas foi condenada a quatorze anos de prisão em 1992 pelos desvios, mas fugiu do país. Ela acabou sendo presa em 1997 na Costa Rica, sendo extraditada para o Brasil no mesmo ano, quando começou a cumprir pena em um presídio do Rio. Ela foi libertada em junho de 2010. No mesmo ano, foi condenada a devolver aos cofres públicos 200 milhões de reais.

E o restante? Esse, certamente ninguém mais o verá. Já se divertiram com ele rindo da cara do contribuinte.

É inadimissível saber que pessoas como essas, que fraudaram o INSS, tenham sido condenadas a tão pouco tempo e que sua condena, relativa a devolução, não suprirá o “vazio” deixado na Autarquia, nem o “vazio” deixado na vida de muitos, que, por culpa deles, deixaram de se aposentar ou tiveram suas aposentadorias desviadas para a conta de outros.

Em se tratando de corrupção o Brasil ainda está numa posição bastante feia. A Transparência Internacional avaliou, para o ano de 2014; 177 países e o Brasil ficou na posição 69ª (não permitimos chacota), no ano anterior era ainda pior, não pelo número, mas pela posição 72ª. Os avaliados são os servidores públicos e os políticos. A Dinamarca e a Nova Zelândia, como sempre, ficaram no topo, como menos corruptos do mundo.

Não precisamos fugir para Dinamarca ou Nova Zelândia para vivermos num país melhor, com tudo funcionando – dinheiro e recursos nós temos, basta investí-los onde de direito.

Façamos uma experiência: se importarmos os Dinamarqueses e seus políticos para ca e em troca mandarmos os nossos políticos e cidadãos para lá, em pouco tempo saberíamos que o problema não é do país, mas sim das pessoas que aqui vivem, que votam e que trabalham. Pobre Dinamarca, nunca mais seria a mesma com esse povo daqui “pisando o seu chão”!










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