Diferentemente
do Brasil, onde o candidato que recebe o maior número de votos é eleito
presidente, nos Estados Unidos, a disputa é decidida pelo colégio eleitoral,
formado por 538 delegados (chamados de electors) em todo o país. O
colégio eleitoral, na verdade, divide-se em 51 colégios (um para cada estado
norte-americano, mais o Distrito Federal), cujo número de integrantes é
definido pela tamanho da população. Cada delegado tem direito a um voto no
colégio. Porém, o voto do eleitor comum é essencial, porque é ele quem define
quantos delegados cada candidato poderá indicar para o colégio eleitoral. Ou
seja, quanto mais votos populares conseguir um candidato, mais delegados ele
poderá nomear para o colégio daquele estado. Por exemplo, na Califórnia, que
tem o maior colégio do país, são 55 delegados (ou seja, 55 votos). Ali, se um
dos candidatos conquistar os votos de 51% dos eleitores, consegue 28 delegados
(ou 51% do colégio eleitoral). Se o outro candidato obtiver 49% do voto
popular, garante 27 delegados.
Romey e Obama |
O delegado se compromete a votar no candidato do
partido que o nomeou. Logo, no colégio da Califórnia, o candidato A receberá 28
votos e o candidato B, 27. No entanto, segundo a legislação eleitoral
americana, o vencedor de cada estado leva todos os votos daquele colégio
eleitoral, com exceção dos de Nebraska e do Maine (cujos nove delegados podem ser
distribuídos entre candidatos diferentes). Portanto, apesar da disputa ter sido
apertada no estado, o candidato A levará os 55 votos da Califórnia e o
candidato B não ganhará nenhum. E, assim, a disputa segue estado por estado. Vence o candidato que obtiver 270 dos 538 votos no
país. Na prática, isso faz com que a eleição seja decidida no nível dos estados
e não no nível nacional. Assim, para conseguir os 270 votos, é preciso
conquistar os colégios eleitorais da maioria dos estados ou, pelo menos, ganhar
nos estados mais populosos. É possível vencer as eleições nos Estados Unidos,
por exemplo, perdendo em 40 colégios eleitorais e ganhando apenas nos 11
estados mais populosos: Califórnia (55 votos), Texas (38), Flórida (29), Nova
York (29), Pensilvânia (20), Illinois (20), Ohio (18), Michigan (16), Geórgia
(16), Carolina do Norte (15) e Nova Jersey (14). Como o sistema político
norte-americano é diferente do brasileiro, pode acontecer de um candidato
receber a maior parte dos votos dos eleitores, mas perder no colégio eleitoral
e ficar fora da Casa Branca. Isso ocorreu na eleição de 2000, quando o
democrata Al Gore teve 51 milhões de votos populares, superando em mais de 500
mil os obtidos pelo republicano George W. Bush (50,4 milhões). No entanto, por
uma vantagem de apenas 537 votos populares no estado da Flórida, Bush acabou
eleito presidente dos Estados Unidos. Isso porque, com a pequena vantagem nas
urnas, Bush conseguiu mais delegados no estado e acabou levando os 25 votos do
colégio eleitoral na época e somou 271 votos no total do país, contra 266 de
Gore. Apesar do resultado da eleição ser conhecido logo depois da apuração do
voto popular, já que o número de delegados depende diretamente do voto dos
eleitores, a oficialização só é feita mais de um mês depois. Em 17 de dezembro
deste ano, os colégios eleitorais se reunirão na capital de cada estado e na
capital do país, Washington, para “formalizar” a eleição do candidato vencedor.
Nem bem as eleições
municipais terminaram, e segue a expectativa para o fim da eleições americanas, políticos brasileiros
aproveitam o formato da eleição presidencial dos EUA para propor o mesmo no
Brasil.
"Há senadores como Pedro Simon e Cristóvão Buarque que defendem a idéia de prévias, isto é, que candidatos lancem seus nomes aos partidos e a população iniciando suas campanhas para corrida presidencial, e assim, os nomes vão se afunilando até que de todos os pretendentes fique dois. Enfim, torne se uma campanha eleitoral com dois nomes de consenso tanto para os eleitores quanto para a classe política. A meu ver, esta idéia de copiar os americanos é uma forma usada por políticos para que tenham chance de conseguirem conquistar o eleitorado antecipadamente e assim, nem o governo, nem os partidos façam suas escolhas sem consultar toda bancada, eliminando a pretensão ou, pelo menos a chance de alguns candidatos disputarem as eleiçoes".
Quando analisamos as eleições americanas vemos que
ela é extremamente democrática em todos os sentidos e, os que conseguem chegar
à reta final são candidatos que tem grande apoio da população e dos políticos.
Pois é uma eleição que envolve milhões e milhões de dólares. Além de ser uma
disputa entre muitos candidatos inicialmente, há livre expressão dos americanos
sem Mas, o mais importante é que,
o voto é facultativo, isto faz com que o político vá atrás do eleitor. Um
eleitor que não vote faz a diferença na soma total. Em suma, é uma eleição
democrática no sentido pleno da palavra. Aqui no Brasil, na busca de
democratizar os pleitos eleitorais, dando a todos concorrentes as mesmas
oportunidades e de proteger o eleitor contra os maus políticos observamos que
indiretamente cerceia a democracia.
"A democracia consiste no direito amplo de escolha e sem restrição, ainda que, seja para proteger o eleitor ou a "democracia". O eleitor tem todo direito de votar errado. O que cabe a justiça é fazer cumprir a lei quando o parlamentar ou gestor comete delitos em seu mandato. É puni-lo conforme a Lei. O que vemos hoje são políticos que descumprem totalmente a Lei Eleitoral, são denunciados e quando há sentença o político já terminou o mandato e ainda fica elegível para a próxima disputa".
Em suma, se os políticos brasileiros querem copiar
o formato das eleições americanas, que copiem no todo, e não numa falsa
democracia onde se procura induzir povo de que as prévias dão mais
oportunidades e mais popularidades aos pré-candidatos. Mas sim, copiem dando ao
eleitor o direito da facultar ao voto; a liberdade da mídia opinar abertamente
sobre suas preferências como também diminuir a proteção exagerada do eleitor
numa falsa idéia que agindo assim, está dando direitos iguais seja para o
candidato, seja para o eleitor. A hipocrisia é a fomentadora da ignorância.
Todos sabemos que existe e sempre existirá a compra do voto, seja uma compra
direta com recursos financeiros, alimentação, etc. ou através da compra
emocional ( o favor). Sendo assim, é melhor dar ampla liberdade aos candidatos
e sociedade de exercerem a democracia, ainda que vá contra ela mesma
(sociedade). E que o poder judiciário faça a sua parte punindo aqueles que no
exercício do mandato cometem crimes.
É fundamental termos a consciência que quando
falamos em democracia, falamos em dar amplo direito ao povo de exercê-la
plenamente. Da mesma maneira que se dará ampla liberdade aos candidatos e
eleitores será a sociedade mobilizada democraticamente que irá exercer o esclarecimento,
mostrando quem é quem nas eleições. Enfim, numa disputa eleitoral o Estado
precisa ficar de fora, é a sociedade, segundo ela mesma conduzirá seus rumos e
aprenderá errando. Ao Estado cabe apenas promover a eleição sem interferência
alguma. Enquanto o Estado ficar protegendo o eleitor, criando regras, ele
estará interferindo na democracia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário