Muitos profissionais formados em Direito estão financeiramente
estabilizados, e até participam de escritórios e sociedades de advocacia
que trazem ganhos bastante satisfatórios. Porém, infelizmente esta não é
a realidade para muitos outros causídicos. Com a proliferação
desenfreada dos cursos jurídicos, nos últimos anos o mercado da
advocacia ficou saturado em nosso país, e isso faz com que muitos
profissionais recém-formados não consigam emprego ou ainda tenham que se
submeter a baixos salários oferecidos pelos escritórios, já que há
muita procura e nem tanta oferta.
Uma possibilidade para ampliar a
chance de contratação e obtenção de melhores salários é investir em
qualificação, buscando cursos de pós-graduações e de extensão, a fim de
impulsionar a carreira. Entretanto, para aqueles que estão desempregados
ou insatisfeitos com as condições do atual escritório ou que pretendem
ter um pouco mais de liberdade, uma ótima opção é ser um advogado correspondente.
O que é e o que faz um advogado correspondente?
Um advogado correspondente (ou correspondente jurídico)
é aquele profissional que realiza serviços específicos para escritórios
de advocacia ou empresas que se encontram distantes do local onde a
causa (a demanda judicial ou administrativa) está tramitando – ou seja,
estão em outras cidades ou estados.
O correspondente não está
ligado ao processo ajuizado como representante jurídico direto dos
clientes do escritório remoto, mas está apto a realizar atividades
juridicamente peculiares em prol dos interesses desses, a partir de um
ato de contratação pelo patrono original da causa.
Quais são as vantagens de se contratar um advogado correspondente?
No
Brasil, o advogado precisa estar inscrito no Conselho Seccional da OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil) em que for estabelecido o domicílio
profissional. Com esta inscrição principal, poderá atuar em todo
território nacional: de forma livre no Estado em que fora inscrito
originalmente, e nos demais Estados (Conselhos Seccionais) poderá agir
sem inscrição como representante jurídico em até 5 (cinco) causas por
ano. A partir da 6ª intervenção judicial, o advogado terá que
obrigatoriamente realizar uma inscrição suplementar no Conselho
Seccional daquele Estado, inclusive pagando mais uma anuidade
profissional.
Assim, um advogado que está localizado em um
determinado Estado contará com o auxílio remoto de um correspondente
jurídico, em parceria, para examinar e dar o correto prosseguimento de
suas causas que estejam tramitando em Estado ou cidade diversa de onde
está seu domicílio profissional.
Essa parceria gera celeridade
nos acompanhamentos processuais e mais segurança para o escritório
principal, sem que seja preciso se preocupar com novas anuidades da OAB
em outros locais ou com gastos frequentes de deslocamento de seus
advogados para cuidar dos processos que tramitem em tribunais distantes.
A medida é muito útil também nos casos emergenciais, em processos que
demandem atos urgentes em que o patrono inicial da causa não poderá
estar presente.
Quais são os benefícios de ser um advogado correspondente?
É evidente que o advogado correspondente
deve ter conhecimento da profissão e das práticas forenses, além de ser
responsável, vigilante, proativo e eficiente. Mas a ocupação não exige
tamanha experiência, sendo uma boa alternativa, por exemplo, para
aqueles que se iniciam na carreira jurídica. Muitas vezes as diligências
e tarefas são bem explicadas pelo advogado contratante, não exigindo
grande inovação de decisões por parte do advogado enviado. Além dessa
praticidade, destaca-se a possibilidade de maiores ganhos financeiros e
estabilidade para aquele que inicia na carreira de correspondente.
Como se tornar um advogado correspondente?
A
relação jurídica contratual entre correspondente e advogado principal
ocorre exatamente entre esses dois profissionais, sem qualquer vínculo
com os clientes do escritório contratante. Isso significa que todas as
diligências feitas remotamente e outros serviços prestados – como
assessorias jurídicas, cópias de processos e acompanhamentos de
julgamentos – ficam a cargo do profissional que contrata.
Portanto,
uma das formas mais simples de se tornar correspondente jurídico é ser
designado pela própria firma ou escritório onde se trabalha para se
fixar provisória ou definitivamente naquela localidade remota a fim de
cuidar dos processos lá tramitados, recebendo algum benefício salarial
em troca. Outro meio novo e eficiente de se tornar um advogado
correspondente é se cadastrar em sites e plataformas que auxiliam
empresas e profissionais que desejam trabalhar desta forma. Através
desse serviço você será facilmente encontrado por escritórios e
advogados de todo o país através de um sistema de buscas.
Uma
terceira opção é tentar associar-se aos escritórios de outros Estados,
para efetuar tal tipo de ocupação na localidade de seu domicílio
profissional. Há ainda a possibilidade de tentar a contratação direta em
empresas de profissionais liberais especializadas nesse tipo de
prestação, que serviriam de intermediárias, o que é facilmente
verificável após simples pesquisas na Internet. Com certeza, há alguma
dessas perspectivas em seu Estado ou cidade!
Fonte:http://blog.juriscorrespondente.com.br/e-advogado-mas-esta-desempregado-seja-um-correspondente/.
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