“Em todas as nações livres, os advogados se constituem na categoria de cidadãos que mais poder e autoridade exercem perante a sua sociedade” (RUY BARBOSA)"
Peço a atenção dos
 colegas e de nossos visitantes que nos procuram para tirar dúvidas e 
porventura nos contratar." O simples fato de ser representado por 
advogado particular não retira o Direito à Gratuidade de Justiça ". Trabalho
 com advocacia do Consumidor (dentre outras, embora este seja meu 
nicho). Tenho especialização em Direito Bancário, Pós-Graduação. Vivo em
 constante pesquisa, leitura e atualização. Vou à Julgamentos de 
Recursos para acompanhar os entendimentos das Turmas, Câmaras, 
Desembargadores, Ministros. Assisto TV Justiça, pesquiso para fazer 
publicações. E ainda tem todo o trabalho e gestão. Particularmente?
 Perdi pouquíssimas ações em 7 anos de exercício da advocacia, e me 
considero, modestamente, uma excelente advogada. Mas não estou falando 
em ter mais capacidade, ou inteligência acima da média. Eu me esforço, 
eu me desafio. Eu ensino. Agora estou ajudando recém formados a falar em
 público de forma prática em uma sustentação oral, isso eu sempre fiz 
com naturalidade, sempre apreciei falar em público. Quantos de 
nós estamos olhando no espelho e falando: Sou um (a) excelente 
profissional? Surpreendentemente não muitos. E muitos que conheço e que o
 são! Pesquisei de forma" superficial "e cheguei até uma situação que 
vem me incomodando: Na verdade a DESvalorização vêm de" 
clientes "cuja cultura" no Brasil os convenceu que nós somos herdeiros, 
ou que assim que se sai da faculdade de Direito o dinheiro é automático e
 TEMOS que ADVOGAR, atender, pensar, escrever teses, desenvolver um 
projeto DE GRAÇA.
Daí o título. Porque essa é nossa profissão, nosso trabalho e nosso"GANHA Pão"! Fico
 frustrada quando um cliente não me valoriza a ponto de não me pagar em 
dia e inventar (sim, porque todo mês...) uma desculpa de última hora 
para não efetuar o pagamento ou fazê-lo sem a devida correção 
contratual. Como em documento do grande Luciano Larrosa nós podemos"fugir"deles, evitá-los. Mas o que mais me incomoda é a surpresa, o choque ao cobrarmos uma consulta.
 Espera-se realmente que passemos orientação de qualidade, nosso 
conhecimento, e que montemos uma ação por nada. Para uma "talvez"(não 
existe causa ganha), "pode ser" valor vindo de uma indenização daqui a 
dois anos? E o durante? O trabalho, as audiências, despachos. E a sua 
estrutura? Seu material?
Artigo 133 – O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Transcrevo
 um desabafo que foi impossível conter ao ser "confrontada" da razão 
pela qual eu não aceitava entrar com uma ação complexa para "receber ao final". Boa noite XXXXXX, Como
 todo profissional (médicos, dentistas, psicólogos, etc) não é possível 
prestar serviços sem nenhum valor. A obrigação do advogado é de meio, ou
 seja, prestar serviços de qualidade para tentar dentro da possibilidade
 legal e jurídica, entregar a solução para o cliente. Estamos, nós 
advogados, cobrando muito abaixo do que OAB determina. Deve-se levar em 
consideração além de nossa formação (estudamos e continuamos estudando, 
indo a julgamentos, seminários) o tempo que se dá orientação ao cliente,
 depois analisar o caso dentro da lei que se aplica, fora o que não pode
 ser ignorado, Gastos. Para trabalhar, como qualquer escritório paga-se 
água, luz, telefone, internet, papel. Temos que ter códigos atualizados,
 não usamos internet para estudar profundamente (a não se aulas e livros
 virtuais que não são muito mais baratos que os impressos).Quando
 um advogado pega uma causa e só cobra ao final, em uma causa que pode 
levar dois anos, SEM NENHUM pagamento ele está tirando passagens, 
transporte, avaliação, material, cópias, TUDO do bolso dele e como 
ganhar não é uma garantia por melhor que sejamos, ainda há o risco de 
PERDER todo este dinheiro. Eu questiono: O senhor trabalharia o ano 
inteiro para receber somente em dezembro? Os advogados que têm aceitado 
"receber ao final" geralmente têm causas em excesso e não fornecem um 
trabalho de qualidade pela sobrecarga, ou então estão com dinheiro, 
aceitam mas podem demoram séculos para dar entrada. (veja não é regra, mas todos conhecemos casos assim - nota da autora).Cada
 vez que alguém se surpreende com o óbvio, que é um profissional cobrar 
por uma consulta, me sinto profissional e pessoalmente desvalorizada. 
Porque somos muito bons aqui, garantimos qualidade e nos sacrificamos 
para poder investir em material de estudo para fornecer esta qualidade. 
Em 8 anos advogando, perdi menos de 10 causas, sendo que eu avisei aos 
clientes que não era uma boa opção insistir na Ação. Tive discernimento 
mas dei ao cliente a chance de discutir. Eu brigo pelos meus 
representados, mas brigo por mim e meus colegas. Advogado bom cobra 
consulta E para dar entrada. Sempre que possível flexibilizamos, 
principalmente no contexto atual, mas contar com o privilégio de um 
advogado particular sem dar a ele chances de desenvolver um bom trabalho
 é inviável.Segue valores que a OAB determina que cobremos para
 que avalie o quão vantajoso é ter uma advogado particular pelo valor 
cobrado, repito: o senhor não faz ideia de como nosso cotidiano para 
lutar pelo direito de nossos clientes é estressante. Imagine sem 
pagamento? Como nos sustentaremos para trabalhar? Temos que trabalhar 
para viver não o contrário. Espero que entenda que isso é para reflexão 
de que é surreal querer "contratar" alguém para "trabalhar de graça". É 
de graça porque se o senhor ganhar, o valor da indenização de onde 
sairia o pagamento vem da instituição ré. O Contratante deve ser 
responsável pelo seu contratado. O Brasil é o único país com a cultura de perguntar SE o advogado cobra e não QUANTO.
Enquanto este e demais clientes em potencial tiverem "portas"para 
bater, pechinchando por um serviço indispensável à Justiça como está na Constituição Federal,
 teremos advogados com dificuldade de cobrar, receber e viver de sua 
profissão. Um médico cobra (no mínimo) R$100,00 para ficar 5 minutos com
 um paciente. Nós passamos de uma a duas horas ouvindo e se entende que é
 gratuito? Por quê? Cabe a nós agirmos para promover a mudança. Nós 
somos os profissionais formados para a resolver problemas jurídicos. Nós
 somos os "solucionaDORES".
Quando uma pessoa tem sérios 
problemas de saúde paga qualquer coisa que tiver para obter tratamento. 
Se um potencial cliente tem um problema "urgente" e o considera 
importante e quer um advogado privativo ele precisa remunerar este 
profissional.
Me utilizando da frase da Thaíza Vitória:  "JUNTOS Somos Fortes".
http://amandaadv.jusbrasil.com.br/artigos/214048586/advogado-cobre-voce-nao-faz-fotossintese?ref=home
 

 
 
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