A princípio, cumpre dizer que atualmente não existe um tipo penal cuja nomenclatura seja pedofilia, incriminando todas as condutas a ela relacionadas, talvez porque os atos que gravitam em torno do abuso propriamente dito (contato físico) sejam os mais diversos.
Temos, na verdade, inúmeros tipos penais espalhados pelo Código Penal e o Estatuto da Criança e do Adolescente, que englobam atos e formas relacionados à pedofilia, senão vejamos alguns:
Estupro:
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
1o. Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Estupro de vulnerável:
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Corrupção de menores:
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:
Uma pesquisa feita no Brasil por um centro de estudos ligado a Unesco revelou um dado preocupante: 38% dos adolescentes de 11 a 17 anos costumam adicionar pessoas que não conhecem à lista de amigos nas redes sociais.
A mãe de um jovem abordado pela internet conta que a conversa era inocente no início. "Começou conversando sobre jogos online, o que gostava de jogar ou não". A conversa durou um mês. O homem enviava fotos e pedia para o menino mandar também. Os pedófilos vão ganhando a confiança da vítima até a conversa ficar explícita: "Quero te beijar, te abraçar".
A mãe descobriu porque o filho esqueceu a página aberta e denunciou à polícia. A família já sabe que o rapaz é um professor do menino que se passava por outra pessoa. "Ele tinha uma página falsa. A foto era falsa, o nome era falso quando conversava com o nosso filho", conta a mãe.
Quando a vítima é uma adolescente, os pedófilos costumam se apresentar como mulher. A mãe descobriu que a filha de 12 anos estava sendo aliciada porque monitorava a rede social da menina. Ela conta que o pedófilo se apresentou como uma adolescente de 18 anos e ela aceitou a amizade porque tinha muitos amigos em comum. "Para a criança é uma fonte de referência. Estudou na mesma escola, conhece os amigos, os professores".
No início eram assuntos próprios para a idade. Em uma das conversas, o pedófilo conta que está com cólica e usa o tema para falar sobre virgindade. "Absorvente interno incomoda demais. Eu sou virgem ainda, fico com medo". Também pergunta sobre os namorados: "Você já fica? Eu comecei a beijar com 11 anos". Aos poucos, a adolescente vai contando intimidades e a suposta amiga pede para ela tirar o sutiã e mostrar o seio pela câmera do computador.
Em relação a quem cuida, é preciso ficar atento. “Sair de casa e voltar, com a desculpa de quem vai buscar uma chave, ou aparecer no meio do dia, em horário inesperado, algumas vezes, é válido”.
Mas o principal é ouvir a criança. “Muitos adultos não têm ideia do quanto um diálogo franco com a criança é importante. A criança fantasia é claro, mas não passa a vida fantasiando. Se há um relato do filho, é preciso monitorar a situação. Se houve um relato estranho de machucado, outro, o filho está com comportamento diferente, é preciso ficar atento. Pode haver algo errado”, alerta.
Orientar a criança e passar segurança é fundamental. “Diga ao seu filho o quanto gosta dele e que ele pode contar tudo para você. Diga a ele o que é errado e deixe claro que se alguém o ameaçar, dizer que vai matar ou castigar se contar qualquer coisa ao pai ou a mãe que não é para acreditar. A criança tem que ter certeza de que é preciso confiar no pai e na mãe”, diz o psiquiatra.
O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://www.estadao.com.br/noticias/geral,estudo-mostra-que-pedofilos-geralmente-sao-parentes-no-brasil,333365
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