Há
momentos que palavras e gestos de incentivo podem fazer a grande diferença em
nossas vidas.No ambiente de trabalho, normalmente lidamos com limitações,
cobranças, críticas, dificilmente alguém nos estende a mão, sobretudo quando
estamos algo fragilizados.
A
prática do Assédio Moral é mais comum do que se supõe, ela torna-se sutil,
através de comentários indevidos, brincadeiras que tem por objetivo denegrir a
imagem profissional ou a trajetória que o funcionário vem percorrendo. Atitudes irônicas que refletem o descaso ou mesmo falta de atenção durante um certo
período de tempo, tornando-se sistemáticas, são características do Assédio
Moral.
A
intenção é denegrir o profissional, isso é motivado por um sentimento de
"inveja" de insuportabilidade em conviver com os talentos que normalmente o
assediador não possui.
O
assédio moral ocorre entre colegas de trabalho, de subordinado para a chefia ou
da chefia para o subordinado. Normalmente o assediador não escolhe o seu alvo
por um acaso, a vítima destaca-se por algum talento ou habilidade que ele
próprio não possui.
Usando o discurso do “trabalho em equipe” e trocando o termo “empregado” por “colaborador”, o capital tenta escamotear o suplício dos cidadãos para cumprimento de metas. Nas denúncias, os funcionários falam de humilhações, xingamentos, preconceito racial e limitação de idas ao banheiro. Os casos impressionam. Uma multinacional dava troféus “tartaruga” e “lanterna” aos piores empregados. Outra os colocava de castigo, de frente para a parede. Uma terceira empresa escreveu no contracheque a frase “não desanime, pois até um pé na bunda te empurra pra frente”.
Lembre-se:
O assédio moral no trabalho não é um fato isolado, como vimos ele se baseia na repetição ao longo do tempo de práticas vexatórias e constrangedoras, explicitando a degradação deliberada das condições de trabalho num contexto de desemprego, dessindicalização e aumento da pobreza urbana. A batalha para recuperar a dignidade, a identidade, o respeito no trabalho e a auto-estima, deve passar pela organização de forma coletiva através dos representantes dos trabalhadores do seu sindicato, das CIPAS, das organizações por local de trabalho (OLP), Comissões de Saúde e procura dos Centros de Referencia em Saúde dos Trabalhadores (CRST e CEREST), Comissão de Direitos Humanos e dos Núcleos de Promoção de Igualdade e Oportunidades e de Combate a Discriminação em matéria de Emprego e Profissão que existem nas Delegacias Regionais do Trabalho.
O basta à humilhação depende também da informação, organização e mobilização dos trabalhadores. Um ambiente de trabalho saudável é uma conquista diária possível na medida em que haja "vigilância constante" objetivando condições de trabalho dignas, baseadas no respeito ’ao outro como legítimo outro’, no incentivo a criatividade, na cooperação.O combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho exige a formação de um coletivo multidisciplinar, envolvendo diferentes atores sociais: sindicatos, advogados, médicos do trabalho e outros profissionais de saúde, sociólogos, antropólogos e grupos de reflexão sobre o assédio moral. Estes são passos iniciais para conquistarmos um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências e que seja sinônimo de cidadania.
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