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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

ASSÉDIO NO AMBIENTE DE TRABALHO. SEGURA BRASIL.

     Há momentos que palavras e gestos de incentivo podem fazer a grande diferença em nossas vidas.No ambiente de trabalho, normalmente lidamos com limitações, cobranças, críticas, dificilmente alguém nos estende a mão, sobretudo quando estamos algo fragilizados.

   A prática do Assédio Moral é mais comum do que se supõe, ela torna-se sutil, através de comentários indevidos, brincadeiras que tem por objetivo denegrir a imagem profissional ou a trajetória que o funcionário vem percorrendo. Atitudes irônicas que refletem o descaso ou mesmo falta de atenção durante um certo período de tempo, tornando-se sistemáticas, são características do Assédio Moral.
   A intenção é denegrir o profissional, isso é motivado por um sentimento de "inveja" de insuportabilidade em conviver com os talentos que normalmente o assediador não possui.

  O assédio moral ocorre entre colegas de trabalho, de subordinado para a chefia ou da chefia para o subordinado. Normalmente o assediador não escolhe o seu alvo por um acaso, a vítima destaca-se por algum talento ou habilidade que ele próprio não possui.

No Brasil, os processos por assédio moral estão se multiplicando na  Justiça. Matéria publicada na revista Carta Capital expõe dados alarmantes. Só na Bahia, foram 981 casos de assédio em 2013, contra apenas um em 2012. A pressão pela produtividade está levando os trabalhadores a se submeterem a todo tipo de coerção com medo de perder o emprego. A Justiça do Trabalho está sensibilizada e já está dando ganho de causa a trabalhadores ou familiares que se queixam de depressão, pressão alta, síndrome de pânico e até suicídio.
  Usando o discurso do “trabalho em equipe” e trocando o termo “empregado” por “colaborador”, o capital tenta escamotear o suplício dos cidadãos para cumprimento de metas. Nas denúncias, os funcionários falam de humilhações, xingamentos, preconceito racial e limitação de idas ao banheiro. Os casos impressionam. Uma multinacional dava troféus “tartaruga” e “lanterna” aos piores empregados. Outra os colocava de castigo, de frente para a parede. Uma terceira empresa escreveu no contracheque a frase “não desanime, pois até um pé na bunda te empurra pra frente”.
Lembre-se:
  O assédio moral no trabalho não é um fato isolado, como vimos ele se baseia na repetição ao longo do tempo de práticas vexatórias e constrangedoras, explicitando a degradação deliberada das condições de trabalho num contexto de desemprego, dessindicalização e aumento da pobreza urbana. A batalha para recuperar a dignidade, a identidade, o respeito no trabalho e a auto-estima, deve passar pela organização de forma coletiva através dos representantes dos trabalhadores do seu sindicato, das CIPAS, das organizações por local de trabalho (OLP), Comissões de Saúde e procura dos Centros de Referencia em Saúde dos Trabalhadores (CRST e CEREST), Comissão de Direitos Humanos e dos Núcleos de Promoção de Igualdade e Oportunidades e de Combate a Discriminação em matéria de Emprego e Profissão que existem nas Delegacias Regionais do Trabalho.

  O basta à humilhação depende também da informação, organização e mobilização dos trabalhadores. Um ambiente de trabalho saudável é uma conquista diária possível na medida em que haja "vigilância constante" objetivando condições de trabalho dignas, baseadas no respeito ’ao outro como legítimo outro’, no incentivo a criatividade, na cooperação.O combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho exige a formação de um coletivo multidisciplinar, envolvendo diferentes atores sociais: sindicatos, advogados, médicos do trabalho e outros profissionais de saúde, sociólogos, antropólogos e grupos de reflexão sobre o assédio moral. Estes são passos iniciais para conquistarmos um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências e que seja sinônimo de cidadania.

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