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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

VOTAR EM CRIMINOSO, ELEITO NA HORA.

   A compra de votos nas eleições brasileiras e os mensalões demonstram as práticas desonestas entre agentes do Estado e o setor privado, aumentando cada vez mais os níveis de corrupção no país, que contribuem para acentuar os níveis de pobreza. Os compradores de votos são criminosos responsáveis pela manutenção da pobreza deste país.  O crime eleitoral precisa ser investigado utilizando-se os mesmos métodos de combate ao crime organizado como o narcotráfico. A compra de votos não se dá apenas no dia da eleição. É um esquema montado com muita antecedência, através de esquemas de licitações, nomeações e várias outras trocas de favores, que envolve as classes dominantes. O pior é que os pobres é que pagam a conta como sendo os vendedores de votos, sobretudo no esquema de boca de urnas. Mas quem são os compradores? Ao que tudo indica, a Policia Federal parece ter tido sucesso na experiência de utilizar o método investigativo de crime organizado para combater alguns casos de compra de votos, resultando na prisão de quadrilhas que participaram do crime organizado eleitoral. Não é possível manter uma situação em que tudo acontece, mas nada se vê e nada se prova. O crime organizado eleitoral continua invisível, enquanto o narcotráfico é combatido. Mesmo invisível, é reconhecido pela sociedade. É uma realidade e não coisa abstrata. A lei dos esquemas financeiros nas eleições precisa ser combatida, já que pode ser uma estrutura mais aperfeiçoada do que a máfia italiana. 
   Precisamos de um poder legislativo que tente enfrentar esta missão e não seja lotado por comissionados que estão só querendo indicar verbas para este ou aquele projeto, na tentativa de receber gordas propinas para financiar suas eleições, num forte esquema de crime organizado. É preciso mudar.  A descrença do nosso correspondente não está lastreada em pueril leviandade, sim, em levantamentos precedentes, como o realizado pela ONG Transparência Brasil, divulgado pela maior revista da Ilha (em setembro de 2013), que apontou o seguinte: dos 594 parlamentares em exercício, 190 entre deputados e senadores já tinham sido condenados pela Justiça ou tribunais de conta. As sentenças e as decisões dos tribunais decorreram de irregularidades em convênios, contratos e licitações, atingindo 66 parlamentares (11% do Congresso). 
Prefeito do PT pego comprando votos
   Em segundo lugar aparecem as condenações da Justiça Eleitoral por irregularidades em contas de campanha, com 57 deputados e senadores encrencados (9,6% do Congresso). Em terceiro estão os atos de improbidade administrativa (como enriquecimento ilícito e dano ao erário), que levaram à condenação 41 congressistas (6,9% do Congresso). Dentre esses parlamentares, 14 foram condenados à pena de prisão. Um deles, um senador de Rondônia, foi condenado por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a quatro anos, oito meses e 26 dias de prisão, em regime semiaberto, por fraude em licitações. Na Câmara, 13 deputados federais receberam penas de reclusão, em alguns casos convertida em prestação de serviços e pagamento de multas.Diante dos macabros antecedentes, era de se imaginar que das urnas saísse um novo Congresso Nacional, rejuvenescido e preparado para os hercúleos desafios que o mundo moderno impõe às sociedades complexas. Nada disso. De decepção em decepção o Brazilquistão vai flertando com o pantanoso mundo da ingovernabilidade absoluta (sendo disso conivente, muitas vezes, boa parcela da própria população, que não se constrange em reeleger nem sequer quem já foi publicamente reconhecido como ladrão do dinheiro público).

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